Cabeças girando, o ar faltando...
Por onde começar...? Um profissional disse: leia! Na última entrevista concedida por Clarice Lispector - 1977, ao jornalista Julio Lerner, este citou Rilke, em afirmação pertinente e sagaz. Foi o bastante para despertar a curiosidade e enxotar a preguiça...
Assim, nessa época em que tanto se tentam resgatar os clássicos, lá fui eu, pra dentro de mim mesma.
Pensei em postar todo o mini livro q adquiri, aos poucos... mas sinceramente? Se o fizesse, privaria o caro visitante de manusear qualquer coisa que seja Rilkeano... e seria como descrever-lhe o gosto adocicado de uma fruta já extinta. Não, não é direito. Apenas alguns trechos e breves comentários. Menos para informar e, como sempre, mais pra desabafar ou, no caso, para transbordar...
----------DA PRIMEIRA CARTA - PARIS, 17.02.1903----------
"(...) Sua amável carta que as acompanha não deixou de me explicar certa insuficiência que senti ao ler seus versos sem que a pudesse definir explicitamente. Pergunta se os seus versos são bons. Pergunta-o a mim, depois de o ter perguntado a outras pessoas. Manda-os a periódicos, compara-os com outras poesias e inquieta-se quando suas tentativas são recusadas por um ou outro redator. Pois bem — usando da licença que me deu de aconselhá-lo — peço-lhe que deixe tudo isso. O senhor está olhando para fora, e é justamente o que menos deveria fazer neste momento. (...)"
----------
Queria que meu pai lesse isso... tvz entenderia porque escrevo pra mim e pq nunca me apeteceu participar de concursos literários ou mesmo intentar qualquer publicação.
O blog, com suas asas helicopterianas, jamais me cheirou a algo polinizador. Antes, uma tentativa de buscar gente que sente, fala do que sente ou de alguma forma se identifica com as palavras lidas. E a busca foi simplesmente pra nao me sentir tão sozinha...