segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Ponto de vida...



O peito já não é o mesmo, nem tampouco as explosões outrora tão comuns dentro dele.

Perguntamos o que aconteceu e a resposta, embora demore, parece simples, mas é complexa: "O amor acabou", dizem. Não, não é verdade. O amor não acabou. "Acabou a paixão", retorquem. "Restou o amor verdadeiro que mantém o relacionamento. Ou não resta nem um nem o outro. Assim é. Assim deve ser",

A paixão... essa é dispensável. É a fúria da natureza humana. O pecado, a expiação (...)

O que somos? Humanos. Simplesmente humanos. (...)

Nao... somo mais... Demasiadamente humanos(...)

A paixão é necesária. É parte, é o gozo da natureza humana. O doce, a pureza e a nudez. A dor, o abismo e o sublime prazer fugaz. Tal como a vida.

A sociedade informa: ela sempre acaba. Ela sempre nos acaba.

A sociedade indaga e afirma: Permaneceremos à deriva desse sentimento louco e instável? Que sobreviva o amor e os relacionamentos e que seja a paixão crucificada!

Mas...

Não! Que seja ela toda sacrificada em prol da democracia!

Mas...

Não me venha com suas idéias! Aniquilemos essa semente de tantos desvarios, de tanta tristeza e insegurança!

Mas... Me repudie se quiser, me arremessando pra além de sua vizinhança (ou me ampare, para aquém de sua casa)... me deixe junto com a paixão, à margem do resto viciado pelo preconceito... Mas escute... Talvez...

Talvez a questão deva mudar seu foco...

Talvez o diagrama não seja a relação com amor e paixão, nem tampouco sem paixão.

Talvez devam prevalecer, respeitando-se uns aos outros, o amor, a paixão e a relação, cada um em seu lugar, sem miscigenações, apartados como devem ser sentimentos e realidades tão diversas.

Misticismo, idealismo, estabilidade, ardor e cheiro forte e sedento não combinam.

Manter, sob um mesmo peito, tudo isso é impossível.

Escolher é injusto.

Deixemos.

Vivamos.

Apartados.

Amor, respeito, fraternidade, querer-bem.

Gemidos, sangue, sussurro e suor.

Indivíduo, casa, trabalho, vida.

Um comentário:

  1. Gostei muito! Adorei o debate e a forma de expressão da qual usou. Ficou, realmente, magnífico!
    A paixão... esta sensação ardente, que queima nossos corpos, unindo-os num puro e doce amor...

    Ficou perfeito *-*

    PS: Obrigada pelos comentários no meu blog, todos me deixaram realmente muito contente.

    Srtª Bêêh

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