Se escrevo com minha letra normal, chega no final da margem e
a última palavra nunca acaba no momento certo em que acaba meu espaço sobre a linha.
Muitas vezes, nem o hífen resolve a questão.
Falta mesmo o botãozinho pra “justificar”
o texto, pra ficar tudo quadradinho, perfeitinho.
Daí, eu reduzo a letra e os espaços entre as letras. Eu condenso
a escrita. Às vezes, dá certo. Outras, tudo se repete e meus textos nunca
terminam no final da linha.
Em alguns momentos, quando pressinto – é um ato complexo, que exige mais que observação dos fatos atuais – que vai sobrar espaço demais, eu
aumento o espaçamento entre as palavras e quando pressinto que vai faltar
espaço, eu condenso as ultimas palavras. Mas ainda assim, quase nunca acerto o
ponto final no último milímetro da linha.
E então fico pensando: será que vale tanto esforço, se meu
esforço parece indiferente ao mundo?
E essa pergunta pisa sobre minha mente e a alma e maltrata meu
viver.
Vale a pena!
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