Sou soma dos
meus momentos.
Mas ultimamente,
confesso,
tenho sido
soma dos nossos.
Confesso,
ainda, que sei que “nossos”,
não
significa meus e seus, juntos.
“Nossos” são
os meus - só meus - e os seus - só seus,
Se-pa-ra-da-men-te.
Mas são
nossos
porque a
gente decidiu que assim fossem.
Decidiu,
não, permitiu.
Principalmente
os seus, que tem sido
tão
intensos, que parecem não caberem dentro de você.
Tão
singulares, que parecem terem sido escritos
Por um autor
muito criativo, exclusivamente pra você.
Tão
doloridos, que te atingem sem que você saiba
Nem de onde,
nem como, nem por que.
Tão
estranhamente felizes, que te lançam sorrisos fugazes,
fortuitos,
futuros, fadados.
Tão
bagunçados, que seu silêncio se torna alvoroço.
Tão frágeis,
que devem ser tocados com cuidado, com a alma,
Pra não
macular.
Tão
molhados, sujos, singelos, puros,
Inapropriados...
...tão
intimamente meus.
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