Sinto um sopro no meu rosto.
Fecho os olhos e percebo que o agora é novo.
Abro os olhos, feliz. Você ficou no ontem.
Dou dois passos. Vou almoçar com outro alguém e ele escolhe nosso restaurante. Entre as 375 mesas disponiveis, ele escolhe a nossa, onde nossas mãos esquerdas se entrelaçavam enquanto as direitas seguravam os copos. Sua presença é tão densa, que te procuro; preciso me certificar que estou só.
A noite cai e uma amiga me visita. Ela me apresenta um trecho de um livro cujo autor tem seu nome. O texto fala de amores passados.
Escuto uma musica vinda do apartamento do vizinho, que acompanha minha leitura. É, justamente, a nossa musica.
Olho para os lados novamente, porque preciso me certificar que estou só. Sim, confirmo.
Deixe-me dormir, agora.
(04/2016)
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