quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Mas suas mãos... mãos suas!

Meu corpo, tão menor que o seu,
Se aproxima e se encaixa.
Incompreensível tenacidade
Entre dois corpos tão distintos!

E cada parte do meu
Busca tocar o seu,
sem que mesmo eu,
queira.

Os desejos agem por nós
Ou talvez as almas afins
Ou talvez algo cá dentro
Ainda assim inexplicável.

Meus olhos procuram os seus
Porque ali há instinto e vontade.
E se há vontade e há instinto também,
Há verdade.

É quando você parece se desconectar
do mundo, da vida, do resto, de tudo.
E seus olhos se fixam na parede, sua boca
Se tensiona e seu rosto se vira pro céu.

É quando eu tenho a certeza de que
Você sabe muito bem
onde, como, porque
E com quem está.

Intuo, nesse instante de faíscas,
Que existe sim diálogo
entre nossos corpos - não é ilusão.
E eu te peço, baixinho, fala!

E teu corpo me responde
Latejando de prazer
Num instante eterno
E sinto, no meu, um enfervecer.

Observo, silenciosa, e percebo
Que o seu, o nosso silêncio...
É só minha carne
conversando com a sua.

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