Não seria fácil, ela sabia.
Fingir não se importar com a única pessoa nessa vida com quem tinha inexplicavelmente se fundido, não seria fácil.
Mas foi preciso entender que ele, de fato, não se importava e não se importaria com suas reações. A fusão estava na cabeça dela, apenas.
Aceitar a rejeição; aceitar que a importância que se dá a alguém quase nunca é recíproca; aceitar que coragem, a vontade e a esperança requerem amor e que se não houve amor, não há nada. Entender que a vida teria que seguir e que já perdera tempo demais com quem nada perdera por ela. Aceitar que tudo foi uma brincadeira, uma ilusão, e partir.
Seria difícil, mas necessário.
Ele perceberia e auxiliaria o processo, porque também era do interesse dele que ela se desligasse de sua energia. Ela não poderia atrapalhar seus planos de vida.
E assim foi feito, naquele lindo dia, sem pedidos de desculpas, de licenças, sem explicações.
Quem não se importa simplesmente não quer saber os motivos. Ele não se importaria e ela fingiria não se importar.
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