Tão obviamente simples,
que parece até verdade.
De um olhar tão sincero,
Que óbvio é que não é simples.
Tão naturalmente profundo
mas estranhamente raso.
De uma intensidade tão sutil
Que intriga e dá vertigem.
De mim, tirou migalhas.
Mordeu e as lançou,
Como meninos levados
A caroços de melancia.
E com uma frieza incomum,
(e a fria era pra ser eu)
Levou de minha boca todas as palavras
Restando apenas reticencias.
E os cuspiu
(os três pontinhos),
com tanta simplicidade e veemência,
que me fez rir.
E caminhando, virou lá
Onde o vento faz a curva,
Fechando o livro
E assinando com letra de forma.
Letra de autor que mentirosamente
autografa a capa,
“com carinho”,
Sincero mesmo, só a si.
E eu continuei rindo.
Como boba, no meu próprio palco.
Porque o mágico fez a pomba virar pena
E a coitadinha sumiu mesmo!
Mesmo rindo, me sinto viva.
Porque tenho menos de mim, em mim.
E como todo mundo sabe,
O sereno esfria a pedra.
Mas ó… tanto faz, dou de ombros,
Porque não sou pássaro nem melancia…
E das minhas pétalas,
Nem da sombra da cor do cheiro experimentou.
(e seria sincero se dissesse que nem queria.)
frô
21/08/2010
Olá, Frô,
ResponderExcluirsomos efêmeros e o efêmero passa por nós, a todo instante... "com carinho"!
bj
Betha
Frô(Gabriella),
ResponderExcluirEssa inventividade que tem o poeta, engole as palavras, as reticências cuspindo os pontinhos deixando-nos tão leves...
Lindos versos!
Um abraço, Marluce
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSimplesmente belo!!!
ResponderExcluirUsando de ti pra ti: "óbvio é que não é simples"...
ResponderExcluir=)