Leo era Bia, em linha reta.
Bia era Leo, em curvas.
Ela, balão; ele, dirigível.
Ela era grito agudo;
Ele, silêncio expressivo.
Enquanto Bia era livro,
Ele era música.
Enquanto ela era sonhos,
Leo era planos.
Enquanto ela era poesia,
Bom, do seu jeito, Leo também era.
Bia era a mulher que dançava, voava,
corria e ria.
Flutuava, mergulhava.
Bia dava a volta ao mundo,
Enquanto Leo dava a volta em si.
Ele era o homem que sentia os ruídos,
Os sussurros, as conversas, os uivos,
Sentado, quieto, inefável.
Era-se, então, referência para Bia que,
Fixando-se nele, não se perdia.
Leo fazia-se certezas nos devaneios de Bia.
A atração que sentiam não tinha lógica.
Instinto em extinção.
Um tinha o que o outro,
de algum modo queria.
Não para si, mas para o outro, mesmo.
Acontece... e essa história é real...
Acontece que tudo era só teoria.
Porque aqueles que são opostos, se anulam.
E quanto mais Bia se aproximava de Leo,
E quanto mais Leo a permitia...
E quanto mais Leo se aproximava de Bia,
E quanto mais Bia se permitia...
Ele ia se tornando matéria
E ia se afastando de tudo aquilo que,
Inconscientemente,
O atraía para Bia.
Ela ia tomando forma humana
E ia se afastando de tudo aquilo que,
Conscientemente,
Leo desejaria.
Recebendo do universo o distanciamento,
Imaturo, prematuro, inevitável,
Bia e Leo se aceitavam
Como meros transeuntes
em suas vias.
Uma lágrima escorre do rosto de Bia, que de tanto chorar agora sorria...não pq fosse forte, mulher e fria, mas na turbulência da vida ela precisava ser calmaria.
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