quarta-feira, 28 de maio de 2014


E nada nela era assim tão belo,
Assim tão sereno nem tampouco ameno.
Da perfeição estava longe.
E do comum, mais longe ainda.
Mas sempre que ela atravessavam
A olhavam
E olhavam.

Era ela duma intensidade radiante
Inventada a tinta e pena.
Fugiam-lhes gotículas dos poros, ofuscantes.
Que doía n´alma de quem as fitava.
Sem vergonha, sorriso nos olhos,
Metia no bolso toda a gente,
Ou as guardava na palma da mão.

Inexplicável, diriam.
Mas nem era!
É que a vida que cabia nela
Nem no mundo inteiro cabia.

(frô)