segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Extrema.
Sim ou não. Tudo ou nada.
Santa ou diaba. Leve ou imersa. Fiel,
Ou a própria tentação.

Intensa.
Não só esquenta; queima. Não só cínica; dissimulada.
Não otimista; certa. Sem pés, mas asas.

Envolta em revolta, dona de si.
Sou eu, meu começo, meu meio e meu fim
Em mim mesma.

Até que...

Chega alguém...

E eu...

Eu perco o dona, perco o si...

Sou qualquer coisa, sou ninguém, alguém,  sou nada.

Um nada que é não é que é sim,
que é tudo, afogada e alada.
Santa e diaba, leve, fiel e tentada.

Soneto do (não) amor

Como pode um amor tão comovente,
Raro, convincente e inexplicável,
Que ama e desama tanta gente?

E mesmo com tudo perfeitinho,
Simplesmente não avança.
Frágil, feito balão, voa alto.
E feito balão, também, estoura fácil.

Como pode um amor tão envolvente
Que ama, cômodo e plenamente,
Noutro dia, indiferente, inexiste.

É real e verdadeiro,
Denso e passageiro.
É amor, inconteste,
Ou qualquer coisa do gênero...

domingo, 14 de setembro de 2014


As raízes vão atingindo profundezas inimagináveis
Esbarram em pedras, torrões...
mas os rodeiam, sem hesitação.
E o tempo la em cima vai mudando,
Sol, vento, granizo, tempestade,
E a intempérie mais brusca,
Causa hoje um sacolejo.
Só.
E mais uma vez a natureza prova
Que raízes profundas
Nos tornam donos de nós mesmos.