sábado, 31 de julho de 2010

Carne e espírito.
Não à toa juntos.
Não à toa distintos.

(frô)

sexta-feira, 23 de julho de 2010

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(...) e disse, dobrando a esquina: "desculpe, mas você não fala a minha língua." (...)
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terça-feira, 13 de julho de 2010

Busco:

Ainda não me sinto inteira. As amarras persistem. Parece que o que mais se aproxima do meu interesse chamaram de LIBERDADE. Mas não é. É perto, mas ainda está longe, considerando a quantidade de pontos que existem entre dois pontos.
Confunde, eu sei.
Não é uma reticências. Reticências é o que sou, não o que busco. Sinto que minha busca seja exatamente por isso: :.
Não só busco isso, como também a mim mesma. Ou na ordem inversa.
Como tantos, busco a mim mesma. Como alguns desses, busco pelos dois pontos. Como raros desses alguns, descobri que busco a dupla de pontos. Como todos desses raros, ainda não consegui enxergar o que há entre os dois pontos, tampouco o que há entre ambos e o ponto final e, por fim (fim?) faço parte de todos aqueles que, ainda que tenham concluído (concluído temporariamente, claro) por esse objetivo, ainda desconfiam que estão longe (quase como uma linha reta) do que realmente se busca.
Aliás, voltando ao ponto final, muita prepotência de quem o inventou. Sinceramente, era a pessoa mais ignorante do mundo, igual àqueles que me dizem: “Você tem problemas. Você é doente.” Sim, os tenho. São meus. Meus problemas e meus questionamentos e minhas buscas. Doente? Doentes são eles, que não têm problemas.
Talvez um tipo de cegueira, deficiência, autismo, sei lá.
Sei lá.
Expressão puramente brasileira e deliciosamente despreocupada.
Acho que é isso que procuro: sei lá! Ou, como diria o filho de um colega, “Silá, papai! Silá!”!

sábado, 10 de julho de 2010

Trecho de "Perto do Coração Selvagem"



"As descobertas vinham confusas. Mas daí também
nascia certa graça. Como esclarecer a si própria, por exemplo,
que linhas agudas e compridas tinham claramente a marca?
Eram finas e magras. Em dado momento paravam tão linhas,
tão no mesmo estado como no começo. Interrompidas,
sempre interrompidas não porque terminassem, mas porque
ninguém podia levá-las a um fim. Os círculos eram mais
perfeitos, menos trágicos, e não a tocavam bastante. Círculo
era trabalho de homem, acabado antes da morte, e nem Deus
completá-lo-ia melhor. Enquanto linhas retas, finas, soltas —
eram como pensamentos."

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Intragável


Às vezes, nos fitam.


Quase sempre sentem logo o mel
do cerrado
que em terra seca
sobrevivem flores
e apetecem qualquer um
com a beleza, não das pétalas,
mas das raízes,
firmes, longas, misteriosas,
arrogantes, vivas virgens,
demoníacas.

As pétalas lhes parecem amargas.
E o suor cheira a fel

O que nos resta então, é dizer:
boa sorte...
que fico,
intragável a quem quiser ver;
doce e perfumada,
a quem se permitir
(e se enconrajar) mastigar.

(frô)
(http://browse.deviantart.com/photography/?qh=§ion=&q=flower#/dphqey)