sexta-feira, 20 de janeiro de 2017
















Sou soma dos meus momentos.
Mas ultimamente, confesso,
tenho sido soma dos nossos.
Confesso, ainda, que sei que “nossos”,
não significa meus e seus, juntos.
“Nossos” são os meus - só meus - e os seus - só seus,
Se-pa-ra-da-men-te.
Mas são nossos
porque a gente decidiu que assim fossem.
Decidiu, não, permitiu.
Principalmente os seus, que tem sido
tão intensos, que parecem não caberem dentro de você.
Tão singulares, que parecem terem sido escritos
Por um autor muito criativo, exclusivamente pra você.
Tão doloridos, que te atingem sem que você saiba
Nem de onde, nem como, nem por que.
Tão estranhamente felizes, que te lançam sorrisos fugazes,
fortuitos, futuros, fadados.
Tão bagunçados, que seu silêncio se torna alvoroço.
Tão frágeis, que devem ser tocados com cuidado, com a alma,
Pra não macular.
Tão molhados, sujos, singelos, puros,
Inapropriados...
...tão intimamente meus.

(frô)