segunda-feira, 30 de abril de 2018

Ainda não sei.
Não sei se, em fim, você será tão somente um mar em ressaca. Não sei se foi um vento forte que passou, fez um baita estrago e também trouxe sensações únicas; e não volta mais. Não sei se você vai ser uma onda que apaga todo um castelo de idéias já construído, toda vez que chega – e chega sempre, e vai, e chega, e vai. E se for a onda, nesse vai-vem, acaba se estruturando como parte indispensável do mar. Não sei, amor, se você vai ser a chuva que chega, molha, limpa e evapora para molhar novas terras. Não sei se vai ser o ar que vou respirar daqui pra frente, pra todo o sempre, ou por algum tempo. Não sei se você foi, se é ou se ainda será. Ainda não sei, meu amor. Ainda não. Porque algo me diz que nem nossa última conversa, terminando todo o nada que temos um com o outro, vai resolver. Ainda temos chão a caminhar, juntos ou não. Só acho que temos muito a viver, juntos. Mas sinto, sinto muito, que não vamos. Mas não sei. Sei lá! Posso estar errada e queria estar. Só espero, mesmo, que o próximo passo que daremos, pra mesma direção ou pra direções opostas, seja guiado por Deus. E que esse fim seja um fim em si mesmo, a nos levar para novas e abençoadas direções.  

14/09/2014

segunda-feira, 16 de abril de 2018


Me envolve a cintura e me agarra, firme.
Sinto você me sentir e morro pro mundo,
por dois segundos.
Suas mãos esquentando cada milímetro
do meu corpo, saliva e sangue.
Sinto suas mãos me sentir.
Meus pêlos, pele e sussurros
respondem em arrepios profundos.
Gritos mudos.

Seu corpo declama entre meus poros
um monólogo que assisto,
calada.
Me tira pra dançar, me toma e me leva.
Continuo a escutar sua voz,
baixinho,
Mesmo dentro de mim,
Contando histórias da mulher que sou
Pra mim mesma.

Ganho, por um segundo, certezas.
Abraçada comigo em minha própria pele,
Cega, o egoísmo me engole.
Não quero nada que não seja por mim.
É o prazer que invade e me torna
Nada mais que instinto.
Meus hormônios se multiplicam, sorrateiros,
Me transformando num mero instrumento
momentaneamente seu.

Na posse dele,
Você cheira e sente meu gosto.
Suas ganas não enganam e sei,
exatamente,
o que quer de mim.
Presa, domesticada, sinto,
só, e sinto.
E sinto você e me sinto
limitada no meu eu mais selvagem, cru.

Seus olhos, seu toque e faro,
Gritam na minha pele, nua,
Meu pódio no mundo de mulheres.
Agora – e só agora, nesse instante,
A segurança me invade.
Sou desejada, cobiçada,
Amada, sentida, afagada,
Me entrego, então.
Vencida na fuga do predador, nu.

-frô-

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Se ouso te tocar e vens,
serás, como eu, oscilação.
A referência e a certeza
se esvaem.
Retornas à confusa multidão.
Te revertes em insegurança.
Cai por terra a fortaleza.
O tempo verte, fugaz.

Ah, para! Não estraga!

Afasta e perpetua-te
em mim.






Leo era Bia, em linha reta.
Bia era Leo, em curvas.
Ela, balão; ele, dirigível.
Ela era grito agudo; 
Ele, silêncio expressivo.
Enquanto Bia era livro,
Ele era música.
Enquanto ela era sonhos,
Leo era planos.
Enquanto ela era poesia,
Bom, do seu jeito, Leo também era.

Bia era a mulher que dançava, voava,
corria e ria.
Flutuava, mergulhava.
Bia dava a volta ao mundo,
Enquanto Leo dava a volta em si.
Ele era o homem que sentia os ruídos,
Os sussurros, as conversas, os uivos,
Sentado, quieto, inefável.
Era-se, então, referência para Bia que,
Fixando-se nele, não se perdia.
Leo fazia-se certezas nos devaneios de Bia.

A atração que sentiam não tinha lógica.
Instinto em extinção.

Um tinha o que o outro, 
de algum modo queria.
Não para si, mas para o outro, mesmo.

Acontece... e essa história é real...
Acontece que tudo era só teoria.
Porque aqueles que são opostos, se anulam.
E quanto mais Bia se aproximava de Leo,
E quanto mais Leo a permitia...
E quanto mais Leo se aproximava de Bia,
E quanto mais Bia se permitia...
Ele ia se tornando matéria
E ia se afastando de tudo aquilo que,
Inconscientemente,
O atraía para Bia.
Ela ia tomando forma humana
E ia se afastando de tudo aquilo que,
Conscientemente,
Leo desejaria.

Recebendo do universo o distanciamento,
Imaturo, prematuro, inevitável,
Bia e Leo se aceitavam
Como meros transeuntes
em suas vias.

terça-feira, 10 de abril de 2018

Carta para a Senhora B.

Prezada senhora, que prazer revê-la, depois de quase três anos! Suas asas, como imaginei, tornaram-se iridescentes! Imagino que suas mudas lhe custaram noites de insônia, lágrimas, dores e quase-morte. Imagino como deve ter sido complexo todo o processo.

Infelizmente, tenho que alertá-la que as mudas repetem-se de tempos em tempos. O incômodo poderá se instalar novamente ao longo de sua existência. Mas se tranquilize. Elas são sempre distintas umas das outras e a cada dia nos tornamos mais fortes, aptas a suportá-las.

Coincidentemente, na última semana me deparei com uma carta que você me encaminhou, tempos atrás. Como foi forte sua mensagem. Muito me fez pensar. Se não se lembra, você me descobria e me trazia esperanças de voltar a voar. Tenho muito a contar, mas isso, numa outra ocasião.

Escrevo porque a vi assim, de soslaio porque não tinha certeza de tê-la reconhecido, e me comoveu revê-la tão linda. Linda, mas fragilizada.

Pequena Senhora B., parece-me que não é mais tão inocente. A vida a tem feito.

Mas por que é que a lição sobre o tempo lhe tem sido tão dramática? Sei que na irrigação de suas asas teve muito trabalho. Sei que todo o seu crescimento, todas as mudas, te fizeram agir incessantemente. Mas perceba que, junto de todo esse esforço, teve alguém que nunca a abandonou, que sempre esteve trabalhando ao seu lado, fazendo amadurecer o que devia, morrer o que já não servia, esclarecendo o que precisava de luz, fortalecendo o que estava frágil. Percebe que ele, o Tempo, nunca, nunca te deixou sozinha.

Perceba, querida amiga, o quanto o Tempo é sábio e deve ser querido, desejado, esperado.

Ele seca as flores para que novas nasçam; transforma o que já não mais reluz em adubo; nos ilumina na hora certa, porque só ele conhece as horas do universo. O Tempo, querida borboleta, é mais responsável por suas transformações, do que você.

Sente-se tranquilamente e observe o mundo. Vai perceber que o universo continua, mesmo que você pare. Sua estagnação não é importante para ele. Sinta e aceite o universo ser, com o auxílio do Tempo, este que auxilia a todos os seres, vivos e não vivos. Deixe o tempo agir.

Dizem por ai que a vida é feita de escolhas. Eu sei disso. Todos sabemos. Mas as escolhas também têm tempo certo. Se não estiver preparada para elas, escolherá errado e o Tempo, que não pára, vai parecer descontrolado.

Mas creia: o Tempo não adoece, não enlouquece, não se descontrola, não morre. O Tempo está certo, sempre. Caberá a você, após uma decisão equivocada, fazer o que for possível para recentralizar sua vida, para que você, que adoece, que elouquece e que morre, consiga sobreviver em comunhão com ele.

Esse processo dói, eu bem sei. Dói em nós e dói também em terceiros, afetados por nossas decisões. Por isso entenda: ter calma é mais fácil que o processo de reconstrução, depois das desconstruções tão necessárias, das decisões tomadas fora do tempo.

E já que ainda não cometeu (tantos) abusos, nem pelo excesso nem pela ausência de decisões, receba o conselho desse pássaro que tudo tentou para ver suas asas renovadas e, só agora as vê cicatrizadas, pela singela e eficaz ação do tempo. Rotas – é verdade. Não são mais como antigamente. Não são tão fortes nem tão belas. Mas estão cicatrizadas, graças à ação dele, o Tempo.

Aprendi isso, querida Senhora B., gastando muita, muita energia no impulso incessante de agir, de crer que eu não poderia deixar jamais minha jangada ao sabor do vento. Deve-se lembrar das minhas inúmeras tentativas de colar meus ossos, de regenerá-los. Não percebia, com minha pouca vida, o quanto o senhor Tempo é implacável em seu trabalho, o quanto é sábio e eficaz no serviço de trazer a nós aquilo que precisamos, mesmo à nossa revelia.

Converse com ele, o Tempo. Converse também com o vento, a chuva, o mar, o rio. Nesse diálogo silencioso e sincero, muito se aprende.

Veja quanta coisa, nesses últimos três anos, se aquietou em sua alma, sem que você tivesse que tomar parte, sem que tivesse que empreender longas viagens (externas ou internas, emocionais ou racionais). Aprenda a observar e a esperar. Atenha-se em si mesma.

Quanto às minhas asas, o senhor Tempo as cicatrizou. Aguardo então o vento certo, que me lançará ao alto, permitindo-me dançar entre as nuvens mais uma vez. Mas agora, com o zelo necessário a me distanciar de nuvens densas e não me aproximar tanto do sol.

De sua amiga.

terça-feira, 3 de abril de 2018



A decisão de viajar ao Uruguai foi tomada meses atrás, quando comecei a sentir a já conhecida imensa necessidade de respirar novos ares. Como dizem por ai, dentro de mim “algo errado não estava certo” e meu instinto pedia isolamento e meditação.

Embora tenha convidado algumas amigas, por motivos vários ou por mero capricho do destino, no dia 18 de março desembarquei em Montevidéu, sozinha.

As vésperas da partida foram carregadas de insônia, temor e ansiedade. Era minha primeira viagem só, fora do Brasil.

Como teria somente minha própria companhia, com liberdade e cautela tracei o roteiro solitário. Nele, apenas no último destino, Punta del Este, teria a chance de fazer amigos, me hospedando num hostel estilo “badaladíssimo”.

Ainda que tenha me recebido com dois dias de chuva, Montevidéu foi uma linda amiga. Meu anfitrião disponibilizou seu sofá (couchsurfing) e não me permitiu um único momento de meditação, estando sempre atento, presente e animadíssimo com muita música, cerveja, histórias e lições de espanhol. Os dias corriam rápido com tanta novidade e, no final, fiz amizade com uma brasileira que expulsou qualquer resquício de introspecção. Deixei para buscar a tão almejada solidão no próximo destino.

No único dia em Colônia del Sacramento, me ocupei em conhecer a cidade. Subi o farol e aguardei o pôr-do-sol. Depois de dois minutos entrando em sintonia comigo mesma, com a ajuda da luz que me aquecia a face, um equatoriano se aproximou e terminamos o dia conversando sobre viagens. Projeto meditação mais uma vez adiado.

Mais uma noite de couchsurfing me aguardava. Agora, junto a um casal, com quem conversei sobre costumes e política, comi pizza e aprendi a fazer o mate.

Rumo a Punta del Diablo, paisagem bucólica, praias pouco visitadas e um quarto alugado numa mini-casa em que a proprietária havia me informado que não estaria. Cheguei com a certeza de que teria duas noites de meditação e silêncio, na beira do mar e largada no mato.

Para minha surpresa, contudo, dividi a casinha de um quarto com a amiga da dona e o resultado foi inevitável: muita conversa, risadas, amizade e nada de solidão.

Eu já me angustiava porque não conseguia encontrar a paz que tinha ido buscar. Eu havia viajado para estar isolada, pensar na vida, lidar com minha própria companhia, com o mínimo possível de internet, amigos, gente.

O destino ajudou, me permitindo esquecer o carregador portátil, limitando muito o uso do celular. Mas também não ajudou, dando acesso a internet em todos os lugares onde me hospedei e trazendo, sempre, companhias inesperadas.

Me questionei, então, se o universo estava contra meus objetivos ou se meus objetivos é que estavam contra o universo. Sou bastante petulante, mas dessa vez, não podia medir forças. Meu oponente era muito maior que eu e, em verdade, nunca se opôs a mim. Eu precisava aceitar e refinar minha escuta para ouvir sua voz. Talvez ele, o destino, estivesse dizendo algo diferente do que eu procurava ouvir. O processo de questionamentos estava instaurado. O desenrolar da mensagem viria nos próximos dias.

Naquela noite, desci até o povoado em Punta del Diablo e conheci uma sanduicheria vegetariana. O ambiente era lindo, estilo rústico-chick, com um reggae ao fundo, se misturando ao som das ondas do mar.

A comida encheu os olhos e o apetite. Corri para fotografar. Precisava registrar. Fotografei. Mas a imagem não captava o som, não captava a luz, o frio. Filmei. Ainda não satisfeita, decidi que precisava postar em alguma rede social. Opa! Perai! Precisava postar? Não. Eu não precisava postar. Ou precisava?

Na longa caminhada de volta, pensei. Pensei muito. Que necessidade era aquela de postar minha comida e um momento tão meu? Eu me repreendia rigorosamente, pensando no excesso de exposição tão comum nos dias atuais. Mas dessa afirmativa, veio outra pergunta: por que era tão comum? A resposta mais óbvia seria carência. Mas de que? Sempre carência? Foi então que entendi que essa necessidade que eu sentia era simplesmente humana e suas justificativas poderiam ser das mais diversas.

Percebi que eu não queria "postar". Eu queria "compartilhar". Eu não queria mostrar a comida. Eu queria compartilhar o ambiente, os sons, o momento. Pudera compartilhar os sabores e os aromas. Queria que alguém - qualquer pessoa amiga - conseguisse sentir um pouquinho do meu prazer. Queria que, de algum modo, a foto atingisse alguma lembrança ou a imaginação alheia, para que mesmo longe, experimentassem sensações parecidas, proporcionadas pelos sons, sabores, cheiros, cores. A compreensão inusitada surgia devagar.

Novo destino: Cabo Polônio. Ali, numa reserva ambiental, certamente, teria a paz que precisava e ansiava, embora já questionasse o quão desejava, agora, a solidão.

Como já devia imaginar, nada do que planejei aconteceu. O hostel era bastante familiar e gente que já se conhecia se reencontrava. O clima era demasiado amistoso e eu simplesmente fui tragada por aquela energia. Paguei por uma cama e um café e recebi café, almoço, janta, cerveja, amigos, sorrisos, brincadeiras, músicas, histórias, fogueira, sensações e um céu tão estrelado que nem parecia nosso! Aquelas pessoas me receberam como amiga e comigo compartilharam o que tinham.

Mais uma vez aquela palavra surgia em minha mente: compartilhar.

Me lembrei, em tempo, da resposta recebida do meu anfitrião em Montevidéu, quando convidamos minha nova amiga brasileira para comer uma pizza conosco e eu o “alertei” que eu mal a conhecia: “eu também não te conhecia quando compartilhei com você da minha comida, da minha cerveja, do meu sofá e das chaves da minha casa”. As vozes eclodiam em minha alma.

Partia para meu último destino: Punta del Este.

Havia escolhido um hostel badaladinho porque imaginei que, a essa altura, estaria cansada de ficar sozinha. Como não poderia ser diferente, nada do que planejei aconteceu. O hostel estava vazio e ficava um pouco longe do centro. Fui aos pontos turísticos, caminhei na praia, vi os lobos marinhos. Conheci o incrível Museu Ralli. Visitei a Casapueblo de bicicleta e vivenciei aquele pôr-do-sol tão famoso e único. Tudo sozinha.

Naquele momento, vendo o sol se pondo, fotografei, filmei. Filmei mais. Fotografei mais. Eu suspirava tanto! Cheguei a mandar vídeos para meus pais, tentando transmitir a eles um pouco das sensações maravilhosas. E a poesia nos minutos finais!? Ah, a poesia!

Me lembrei, então, das inúmeras descrições que havia lido na Internet sobre aquele fabuloso evento. Percebi que, mesmo sendo diferente a cada dia, as sensações descritas por tantos viajantes das mais diversas nacionalidades se assemelhavam. Ao descrevê-lo, compartilhávamos o espetáculo do mesmo sol, em seu processo de cair atrás do mar, que se repete há milênios.

Onde eu menos achei que estaria só, onde tinha a maior densidade de gente ao meu redor, encontrei a solidão. A solidão de estar só, de fato. A solidão de sentir-se só, no meio de tantas pessoas. A solidão daquele que vibra, sem ter ninguém para compartilhar, sem ter nenhum cúmplice com quem meus olhos pudessem conversar em silêncio, a quem minha pele pudesse gritar com um toque.

A solidão me visitou, deixando claro que eu me enganava quanto às minhas buscas.

Eu não precisava aprender a ser só; não precisava da solidão para me encontrar. Percebi que nem meu silêncio nem meus gritos interiores me perturbam. Não preciso me isolar para ouvir minha voz e mesmo o meu silêncio é bastante querido. Percebi que lido bem comigo mesma. Eu não me incomodo.

Me acompanhando por alguns poucos mas selecionados instantes, a solidão me abraçou e senti seu perfume doce, aconchegante e tão familiar. Mas o momento, de tão intenso, pedia sua ausência.

Refleti.

Para mim, olhar o espelho era confortável em comparação a me enxergar pelos olhos do outro e enxergar o outro com tudo o que ele é, com meus próprios olhos. Era melhor estar só. Sentir o mundo pela minha pele e comunicar essa leitura ao outro – e receber do outro sua própria leitura era demasiado complexo; era mais fácil estar só.

Melhor e fácil, mas não pleno. A plenitude dos sentidos, dos pensamentos e emoções exigia o compartilhamento. Beber da mesma xícara de café, tomar da mesma garrafa de cerveja, comer da mesma porção, sentir do mesmo aroma, enxergar a mesma paisagem, respirar do mesmo ar – e receber um pouquinho do que experimenta o outro, sem intenções, somente por compartilhar. É quando dois se tornam um; quando se forma um túnel entre humanos. Comungam-se. Associam-se. Unem-se. São cúmplices de um quase segredo; de algo que é só deles involuntariamente, porque só eles experimentaram.

Então, veio uma descarga de alegria. Entendia, na prática, a mensagem do filme “Into the Wild” e que outrora refutava (com minha petulância). Eu vivenciava o que Henry Thoreau tão bem resumiu: “a felicidade só é real quando compartilhada”.

Na minha busca pela solidão, caminhei pela comunhão e encontrei muito mais do que imaginava.

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Ps.: Talvez por tudo que escrevi, a mensagem que quis passar seja tão inacessível e ineficaz quanto tentar descrever o sabor do capuccino tomado no terraço do Museu Casapueblo. Mas não custava tentar.