quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Não seria fácil, ela sabia. 
Fingir não se importar com a única pessoa nessa vida com quem tinha inexplicavelmente se fundido, não seria fácil. 
Mas foi preciso entender que ele, de fato, não se importava e não se importaria com suas reações. A fusão estava na cabeça dela, apenas.
Aceitar a rejeição; aceitar que a importância que se dá a alguém quase nunca é recíproca; aceitar que coragem, a vontade e a esperança requerem amor e que se não houve amor, não há nada. Entender que a vida teria que seguir e que já perdera tempo demais com quem nada perdera por ela. Aceitar que tudo foi uma brincadeira, uma ilusão, e partir. 
Seria difícil, mas necessário. 
Ele perceberia e auxiliaria o processo, porque também era do interesse dele que ela se desligasse de sua energia. Ela não poderia atrapalhar seus planos de vida. 
E assim foi feito, naquele lindo dia, sem pedidos de desculpas, de licenças, sem explicações. 

Quem não se importa simplesmente não quer saber os motivos. Ele não se importaria e ela fingiria não se importar. 
É que tem dia que a saudade chega, a saudade aperta, 
a saudade judia, a saudade afeta.
E a gente olha pra cima, olha pro céu e fala 
graças a Deus que eu tenho paciência!
e sorri...

Porque ai a gente espera, a gente se acalma,
a gente descansa, a gente se aquieta;
A gente brinca com outro, pra ver se passa logo, 
esse tempo vazio.
A gente brinca de ser verdade o que a gente sabe que nem é;
pra ver se ameniza essa ausência, essa dor,
essa abstinência desse certo alguém.
A gente vive qualquer coisa, pra ver se as coisas 
que têm que acontecer acontecem... 
E a gente vai tentando, se ajeitando, 
se aguentando, se esgueirando... 
Mas o que eu queria mesmo, 
era só ele e mais ninguém. 

@todaflortocantins