quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Cartas a um jovem poeta - Rainer Maria Rilke


 Cabeças girando, o ar faltando...
Por onde começar...? Um profissional disse: leia! Na última entrevista concedida por Clarice Lispector - 1977, ao jornalista Julio Lerner, este citou Rilke, em afirmação pertinente e sagaz. Foi o bastante para despertar a curiosidade e enxotar a preguiça...

Assim, nessa época em que tanto se tentam resgatar os clássicos, lá fui eu, pra dentro de mim mesma.

Pensei em postar todo o mini livro q adquiri, aos poucos... mas sinceramente? Se o fizesse, privaria o caro visitante de manusear qualquer coisa que seja Rilkeano... e seria como descrever-lhe o gosto adocicado de uma fruta já extinta. Não, não é direito. Apenas alguns trechos e breves comentários. Menos para informar e, como sempre, mais pra desabafar ou, no caso, para transbordar...

----------DA PRIMEIRA CARTA - PARIS, 17.02.1903----------
"(...) Sua amável carta que as acompanha não deixou de me explicar certa insuficiência que senti ao ler seus versos sem que a pudesse definir explicitamente. Pergunta se os seus versos são bons. Pergunta-o a mim, depois de o ter perguntado a outras pessoas. Manda-os a periódicos, compara-os com outras poesias e inquieta-se quando suas tentativas são recusadas por um ou outro redator. Pois bem — usando da licença que me deu de aconselhá-lo — peço-lhe que deixe tudo isso. O senhor está olhando para fora, e é justamente o que menos deveria fazer neste momento. (...)"
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Queria que meu pai lesse isso... tvz entenderia porque escrevo pra mim e pq nunca me apeteceu participar de concursos literários ou mesmo intentar qualquer publicação. 

O blog, com suas asas helicopterianas, jamais me cheirou a algo polinizador. Antes, uma tentativa de buscar gente que sente, fala do que sente ou de alguma forma se identifica com as palavras lidas. E a busca foi simplesmente pra nao me sentir tão sozinha...  

7 comentários:

  1. como é dificil se fazer entender...

    beijo!

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  2. Gosto do que vc escreve, geralmente me ocorre o 'déjà vu' por aqui, assinaria a co-autoria do sentir, é raro isso...

    Bjs!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Li "Cartas a um jovem poeta", Gabriella, faz um tempinho... Tinha uns 16 ou 17 anos, e já nem me lembro do trecho que você cita. Mas Rilke me impressionou tanto, que corri atrás de seus poemas. Gostei também, e muito, mas me apaixonei mesmo foi pelo grande amor de sua vida: Lou Salomé. Ô mulher danada! Escrevia como vivia, sempre com intensidade e fiel ao que sentia e desejava. Imagine, naquele tempo, final do século XIX, ser admirada, amada e cortejada por poetas como Rilke e Paul Rée e gênios como Nietzsche e Freud... e dizer NÃO, não quero me prender a ninguém, só quero a vida. Como disse em versos como esses:

    "Acredite: a vida lhe dará poucos presentes.
    Se você quer uma vida, aprenda... a roubá-la!
    Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer.
    Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso:
    algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!"

    Bjs

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  5. Gostei muito deste post e de todos os comentários. Que bom ter passado por aqui!

    Beijos!

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  6. Que honra, comentarios tão ilustres!

    Tuca, acabo de me apaixonar por Lou!! Obrigada!

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  7. Oi Flô... Minha busca começou com isso de não querer ficar sozinha e também a de conseguir encontrar o amor! Descobri que o amor é a gente! E que solidão não existe! ;)

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