segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Vejo você sumindo, subindo, faminto de vida. 
Já quis segurar, mas antes mesmo de te apertar entre minhas mãos, 
antes mesmo de tê-lo escapando entre meus dedos, 
soltei. 

Soltei porque nunca tive, na verdade.
Na verdade, ninguém nunca tem.
Soltei porque eu não o queria assim, pela minha gravidade.
Soltei porque você nem percebeu que eu te segurava.


Ainda tenho minhas dúvidas, confesso,
da sua consciência desse universo.
Às vezes, é criança inocente, como noutros tempos.
Outras, é lobo a me dar voltas, a me espreitar.


Sobe! Seja o vento, a fumaça, o ar.
Seja o invisível, o invicto!
Seja o que quer ser e, depois,
volta.


Volta mais forte, mais tenro, sereno.
Volta formado, homem-terra pra se fixar.
Volta o que se tornou e, então,
fica.


(frô)







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