quinta-feira, 28 de junho de 2018

Eu sei e você sabe que não mais
estávamos na mesma sintonia.
Talvez tenha sido
Uma mera coincidência;
Ou o alinhamento certeiro
dos planetas, naqueles dias
- porque só naqueles dias,
a gente sabia que até o ar
que eu respirava,
era o mesmo ar que te envolvia.

Mas aí, sei lá o que se passou...

E o que eu dizia virou grego.
Eu voava, você dormia.
Eu dançava, você lia.
E meu ritmo te incomodava
E seu ritmo me angustiava
E suas mãos não me alcançavam
E minhas palavras ficaram mudas
E sua carne, por tantas fervia
E a minha pele não te aquecia...
E eu, ausente, com sua ausência vivia.

Era hora, meu amor! Era hora de partir!

Foi então que eu cai.
Nos meus vícios, me afoguei,
me sujei, me perdi.
E já no derradeiro sofrimento,
do tipo que dói tanto, que cura,
sai das minhas sombras, também suas.
(Não mais minhas, que fique claro)
E quanto mais você se distanciava,
Mais leve eu me sentia.
E ia subindo, subindo... e você ficou.

Me doeu tanto, meu amor!

Me ardia ver você, parado, com os pés
na terra sua, cravados,
se enterrando nos mesmos vícios de outrora.
Eu queria te dizer, mas me alertaram.. cada um com sua vida;
cada um com sua alma!
E rezo, desde então, pra que você caia!
Pra que a queda seja suave, mas que caia!
E então, depois da queda e da cura,
O mundo será, de novo, nosso.

- Gabi.gmo -

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