domingo, 16 de junho de 2013

Meu grande amor, me desculpe.

A culpa não é sua por eu não caber no seu mundo.

Me perdoe por não ter avisado antes ou ter avisado sem a necessária exatidão, que minhas reticências não cabem em parênteses materiais.


Seu mundo é lindo e você é lindo! Amo o jeito como me segura, suas sombracelhas arqueadas e seus pés acariciando os meus. Amo sua boca – como é linda! Amo também suas mãos e suas pernas! Amo seu peito e o cheiro que exala de seus poros. Amo você sentado, deitado, em pé, de lado...! Amo seus gemidos e seus olhos fechados. Amo sua pele e amo também suas manias. Amo tudo, mas não caibo na sua casa.

Minhas mãos são sujas e meus pés, inquietos. Minhas unhas encravadas destoam de sua perfeição. Meus olhos se molham quando suas manias e seus medos me atropelam, e olhos molhados entorpecem a visão.

Por isso, te amo no meu mundo, não no seu.

Obrigada por ter me recebido por esses anos, no seu lar, mas tenho meu próprio mundo pra habitar.

É lá que me caibo inteira, em minha cama de solteiro, num quarto minúsculo de janelas abertas.

Sinto muito, muito mesmo, por não respirarmos do mesmo ar. Mas é melhor que eu volte, ou morrerei asfixiada e você será assassinado pelo vírus que me é natural.

Você fica em minha memória e eu, na sua, cada qual em seu mundo.

Mas isso não impede que eu diga e repita: te amo.

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