quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Engano - quem nunca?

Seus olhos
pararam nos meus, senti

Seus poros,
seus pelos,
Seus dedos
Nos meus, enroscados.
Sempre, dizia.

Seu corpo esguio,
rabiscado no meu.

Sua boca
na minha
pressa, fome,
calor, tensão.
Insaciável seria, sabia.

Entrelaçadas mentes,
as almas, pareciam.

Muda o tempo, passa.
Mundo que gira.
O ano que corre,
e mais um
e um mais.

Eu, errada, 
enganada, cega. 

Percebo, em fim,
as cores reais, banais.
Perfume barato, 
reles, mortal.
Eloquência, carência.

Vale de gentes,
mais gentes, final.

(plenamente) saciada,
de você,
quero não mais,
nem corpo, nem boca, nem mãos.
Menos ainda, alma.

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