segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018


Vamos, sente-se aqui.
Deixe eu deixar claras algumas coisas.

Se quiser me dar a sua mão, a recebo.
Mas jamais vai deixar eu te deixar.

Recebo sua mão, mas não prometo felicidade.
Não prometo eternidade.
Não prometo dias de sol.
Não prometo beijos infindáveis,
Nem tampouco sexo selvagem.
Não te prometo, principalmente, certezas que,
Por sua própria natureza, são incertas.

Prometo, sim, não prometer muito.
Prometo dias reais, com pão e café.
Te prometo, também, cerveja e chocolate!
Te prometo noites que terminam
E também sonos seguros,
Envoltos em minha pele.
Prometo beijos densos – todos.

Prometo que jamais te tocarei sem vontade.
Prometo sexo confortável,
daqueles que podiam nunca findar e,
nos dias mais especiais
prometo sexo, sexo mesmo,
saciando suas,
nossas vontades.

Te prometo liberdades trocadas.
Promessas trocadas.
Sonhos trocados.
Cheiros trocados.
Mas cada um com o seu.
Prometo não me perder em você
E prometo que não se perderá em mim.

Prometo ser caminho, mesmo que não
Leve a nada, mas que seja leve.
Prometo parceria, ombro, colo,
Prometo minha mão.
Prometo versos e cartas.
E prometo também saliva, suor,
Fluidos e brincadeiras inesperadas.

Te prometo – ah, prometo! – questionamentos.
Questionamentos que o farão se perder
Mesmo em suas mais arraigadas certezas.
Questionamentos que trarão dúvidas, 
Que incomodarão o íntimo do seu ser,
Que o farão me acordar de madrugada
Pra terminar a conversa que jamais acaba.

E vamos, então, cair no sono juntos,
Com nossas carnes recolhidas, uma na outra,
sem nos importarem as respostas.
Mas antes do sono último – aquele profundo final,
Eu prometo que meus olhos aguardarão os seus.
Juntos, então, reencontraremos – a nós mesmos,
Antes de ir.

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