terça-feira, 26 de maio de 2020

Eu amo demais.
É isso. Saiu assim, como um clarão no meio dos pensamentos da madrugada.
Entre memórias, sonhos e reflexões, senti o "a-há" a ponto de eclodir do fundo da minha garganta. Mas me contive. O horário não comportava tamanha emoção. Fiquei ali, com o pensamento preso. Então era isso. Eu amo demais.
Amo gentes que nem sabem que eu existo. Amo gentes assim, em mão única, e me sinto bem feliz com isso. Acho graça de quando as palavras de elogios deslizam suavemente pelos meus lábios, palavras sinceras que expressam meus sentimentos, e o outro fica me olhando com cara de paisagem, como se se sentisse constrangido porque não pode e nem quer falar "eu também".
Na verdade, o outro realmente se sente, em regra, constrangido.
Então eu sinto, sinto muito por ter deixado fluir palavras tão densas assim, sem que o outro pudesse devolvê-las no mesmo tom.
Mas faço o que, se amo mesmo? E faço o que, se meu amor é assim, um tiro reto, sem espera de resposta!? E faço o que se mesmo as respostas que espero, espero-as assim, sem vigilância?

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