domingo, 15 de dezembro de 2013


Quando penso em você, sinto medo. E quando conversamos, é quase um pavor. Acho que esse medo vem à superfície, sempre, quando você.

E se eu não gostar… Não suportar seu cheiro, sentir seu gosto como algo amargo? E se eu segurar sua mão e senti-la fria? Se eu abraçar teu corpo e sentir repulsa? E se seus cabelos não suportarem o toque dos meus dedos? Se sua pele não gostar dos meus afagos?

E se meu cheiro lhe parecer estranho? Se minha carne se derreter em contato coma sua? Se meus pêlos não se arrepiarem e os seus, na minha saliva se afogarem? Se meu sorriso te parecer torto e minha boca der angustia no teu corpo?
Mas esses medos.. sei lá... não são meus.

Meus medos são contrários, contraditórios...
E se eu gostar de você e você gostar de mim, simples assim? Se nossos cheiros se acasalarem, nossos gostos se combinarem, nossos toques se degustarem?  Se nossos olhares souberem que estamos juntos, sem olhar? Se nossas almas dispensarem provas e nossos lábios,  mapas? E se tivermos a certeza do fim de toda a busca? Disso, tenho medo.

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