domingo, 28 de março de 2010

Amorfos

Amorfos somos
por cada dia vivido e não compreendido,
por cada escolha feita sem percepção.
Deixamos então de ser por um momento, nós mesmos
pra sermos produtos de outros segundos,
de terceiros.

Amorfos somos
quando vivemos sem amor a nós.
Quando, ao invés de conhecermos a nós mesmos,
preferimos conhecer o mundo além,
em sombra melhor que o nosso,
de fato, mundo de erros, hipócrita, bizarro, fanático.

Amorfos somos, amorfos fomos,
amor fomos,
no dia em que nascemos.
No dia em que éramos, simplesmente,
e ainda seremos, no dia em que enxergarmos nosso reflexo,
no dia em que formos o que somos.

Estudemos, pois, o que gostamos.
Leiamos, pois, o que nos interessa.
Saibamos, pois, o que nos convém.
Experimentemos, pois, o que nos apetece.
vivamos, pois, nossa própria vida,
com contornos delimitados, formados.

Só assim, no fim,
poderemos dizer para a alma que nos traz
overdose de vida, de afeto, de amparo,
Dizer com encanto por tudo aquilo que somos,
encontrando o regozijo no canto silente,
"sim, amor, fomos!".

2 comentários:

  1. Genuíno o sentimento.

    Penso:

    amor...ser.
    amor-te-ser...
    a-morte-ser...

    Penso:

    amor não é objeto
    amor é por si e só.
    Ser.
    SerÁ-mor
    serÁ?mor
    SerÁ? Amor
    Ser Amor.
    SerÁ-morte?

    Penso:

    TerÁ-mor
    TerÁ-morte-rÁmor.
    Terá Amor se serÁ-mor?
    Ter Ámor se ser Ámor?

    Penso:

    Amor tece
    Amortece
    O que a
    A morte tece.

    Amor é tecitura
    do Ser.

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  2. "Estudemos, pois, o que gostamos.
    Leiamos, pois, o que nos interessa.
    Saibamos, pois, o que nos convém.
    Experimentemos, pois, o que nos apetece."

    Subscrevo!

    Um beijo,
    doce de lira

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